As emoções
As emoções - resumo

Caráter específico dos processos emocionais
Como se distinguem emoções, afetos e sentimentos:
A afetividade faz parte da essência do ser humano, naturalmente predisposto para criar relações vinculativas mais ou menos fortes com as pessoas e com tudo o que o rodeia.
As predisposições inatas do ser humano para reagir de modo agradável ou desagradável nas relações vinculativas que estabelece designam-se por "afetos".
Os afetos são invisíveis, são simples predisposições que se podem concretizar em sentimentos e emoções.
Sentimentos são estados afetivos agradáveis ou desagradáveis, de média intensidade e grande estabilidade, com papel moderador nas relações que o sujeito estabelece com as pessoas, os animais e outros elementos.

Emoções são reações agradáveis ou desagradáveis do organismo, geralmente de curta duração e grande intensidade, perante o mundo que nos rodeia.
Quaisquer que sejam os estados emocionais, encontramos sempre neles reações fisiológicas e manifestações expressivas.
De entre as reações fisiológicas características das emoções, destacam-se: a respiração ofegante, as tremuras musculares, a palidez do rosto e alterações na resistência elétrica da pele e na composição química do sangue.
As emoções são uma espécie de defesa do organismo, quando este necessita, repentinamente, de mobilizar energias para reagir com eficácia.
As reações fisiológicas são involuntárias, dependendo do controlo do sistema nervoso autónomo, em colaboração com o sistema nervoso central.
O sistema nervoso autónomo dispõe da secção simpática, para atuar nas situações de emergência, e, para contrabalançar a sua ação, da secção parassimpática, que atua em situações de tranquilidade.
O sistema nervoso central dispõe do sistema límbico, que ativa o sistema simpático para reagir de modo urgente, e do sistema activador reticular, que desperta o córtex para intervir nas respostas a efetuar.
As reações expressivas dizem respeito a um conjunto de sinais constituído por lágrimas, sorrisos, gestos, olhares, vozes e outros indicativos do rosto que acompanham a atitude corporal no decorrer dos estados emocionais.
As reações expressivas são úteis para que as outras pessoas possam adaptar o seu comportamento ao sujeito que está a passar por determinado estado emocional.
As emoções são universais ou relativas a cada cultura:
As emoções podem ser primárias, dependentes do sistema nervoso autónomo e do sistema límbico, e secundárias, envolvendo a participação do córtex pré-frontal.
As primárias apresentam forte componente inata, o que determina o seu caráter universal e a sua ocorrência nas crianças de tenra idade.
As secundárias, derivadas das primárias, manifestam-se quando os indivíduos já são capazes de avaliar as situações, o que significa serem influenciadas pela aprendizagem feita no meio social e cultural.
Emoções primárias como a alegria, a tristeza, o medo e a raiva têm caráter universal, sendo comuns a todas as pessoas de todas as culturas.
Por outro lado, as emoções comportam também elevado grau de diversidade, sobretudo a nível das reações expressivas, aspetos sensíveis aos padrões sociais próprios de cada cultura.
Em que consiste a teoria do marcador somático:
Outrora menosprezava-se a emoção, encarada como obstáculo às tarefas cognitivas, pelo que não cabia no conceito demasiado restrito da mente.
Os avanços nas neurociências vêm ampliar este conceito, de forma a incluir as emoções, tidas por elementos essenciais nas nossas decisões.
António Damásio é um dos investigadores que salienta o papel das emoções no bom funcionamento da mente e nas decisões que fazemos ao longo da vida.

A concretização de tais decisões deve-se ao marcador somático, uma espécie de alarme que cria automaticamente em nós uma predisposição de apetência ou repulsa relativamente às consequências previstas de diferentes cursos possíveis de ação.
Os marcadores somáticos são essenciais para as tomadas de decisão em que não temos elementos para decidir racionalmente ou cuja análise racional desses elementos seria muito demorada.

A sobrevivência do ser humano põe em jogo a sua racionalidade, constituída não apenas pelas capacidades cognitivas, mas também pelas emoções, modos básicos de se relacionar com o mundo.